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domingo, 16 de novembro de 2014

O DESCONHECIDO


Lá estava eu, lendo meu livro, esperando o sono chegar e da janela do meu quarto, podia ver a beleza da noite, repleta de estrelas, ornamentada com um lindo luar. Vez em quando, parava a leitura para admirar esse panorama fantástico. Enquanto isso, mamãe, no quarto ao lado, ouvia músicas clássicas e colocava em ordem um antigo baú, herança de minha avó. Repentinamente, tive a impressão de ouvir baterem à porta e fiquei pensando quem poderia nos visitar naquela hora imprópria? Enquanto meditava, fui até a sala e abri a janelinha que ficava na porta de entrada e timidamente perguntei em tom baixo: 
- Boa noite, quer falar com alguém?
- Com você! Respondeu prontamente o homem que estava na varanda.
- Comigo? Desculpe, mas não conheço você, bateu na porta errada.
- Não, é com você mesmo que preciso falar.
- A esta hora da noite, não posso sair. Volte mais tarde durante o dia.
Cabisbaixo, o homem foi se retirando vagarosamente muito entristecido. Sem fazer barulho, voltei para o meu quarto inquieta e curiosa para saber o que aquele homem queria me dizer, então sem pensar, num ímpeto, troquei de roupa rapidamente, abri a porta e gritei:
- Ei, espere, vamos conversar aqui na varanda de casa!
Olhando para trás, o desconhecido apressou os passos e me abraçou como se me conhecesse há muito tempo e sorrindo  começou a contar que finalmente havia encontrado a mulher que habitava seus sonhos e isso só foi possível porque me viu saindo da faculdade. Eu ouvia a tudo atentamente e de certa forma, feliz visto que aquele desconhecido me fazia sentir muito bem naquela noite maravilhosa. Em poucas horas, ele me contou toda a vida dele e a tudo eu ouvia atentamente. Como as horas passassem rápidas, combinamos de nos encontrar mais tarde, para ele conhecer mamãe e depois jantarmos num restaurante à beira do mar. Então, seus lábios tocaram os meus docemente e ele se foi. Feliz da vida, entrei no meu quarto e mal me deitei ouvi um grito vindo da cozinha: 
- Acorda, Marina, já passam das sete da manhã, você precisa ir à faculdade!
Nossa! Quase caí da cama! Tudo não passou de um sonho e eu precisava me apressar para não perder a primeira aula porque a realidade, essa sim,  estava à minha espera.


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