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domingo, 7 de julho de 2013

Superstições - aves agourentas

Já perto do amanhecer deste domingo, tomei um banho, passei um perfume de flores, liguei o ar, depois o ventilador e me esparramei na cama. 

O perfume das flores inundou o quarto de uma fragrância muita agradável. Serenamente adormeci. 

Mais tarde, acordei, fui à janela, o dia estava nublado e prometia chuva, porém não choveu, o restante do dia foi de muito calor com falta de água e energia. 

Como ia dizendo, ao olhar a janela, notei que a mangueira está repleta de flores e num dos galhos, um negro anualimentava-se de florezinhas da mangueira.

Em questão de segundos, cheguei na minha infância e parecia ver os moleques com suas baladeiras, atirando pedrinhas para que esse pássaro sumisse do local.  

Segundo as crenças onde esse pássaro pairava trazia notícias de morte. Os meninos nunca atiravam para matar porque então a maldição seria maior.

Outro pássaro temido era a Rasga Mortalha. Se houvesse alguém doente e esse pássaro aparecesse na cerca ou no telhado e começasse a piar, a tristeza se instalava na casa do doente.

A visita da Rasga Mortalha trazia consigo um mal estar muito grande, bem pior que a do Anu. Certa vez, estávamos com um tio doente e no fim de tarde, a Rasga Mortalha pousou exatamente na janela do quarto dele, perto das dezoito horas. 

Coincidência ou não, no outro dia exatamente no fim de tarde, meu tio se foi.


Fatos como esse eram comuns na minha infância e nós, crianças, tínhamos verdadeiro pavor desses pássaros. 

A Rasga Mortalha nada mais é que uma coruja branca e grande, porém vista pelo povo ribeirinho como anunciadora de morte.

Ainda hoje, minha mãe acredita nessas coisas. O anu que vi ao acordar, fez-me lembrar dessas pequenas histórias vivenciadas de perto. 

Não sei explicar o porquê da coincidência de tais mortes, mas quando olhei aquele anu, na mangueira, deu-me a sensação de que meu domingo não seria bom, orei baixinho, mesmo assim, este domingo não foi fácil para mim.

Graças a Deus, não tive notícias ruins, entretando, ao longo do dia, senti angústia, uma inquietação que não é normal. 

Passei o dia atravessando a ponte chamada Tristeza, felizmente com a chegada da noite, ela partiu. 

Bom início de semana, sem passarinhos agourentos pousando em nossas mentes. 

Meu abraço fraterno a todos.

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