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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Enfim, as férias chegaram


Fim de tarde e aqui na proa, sonolenta sinto a brisa suave de uma aragem que parece vir de muito longe  beijando minha face e acariciando meus cabelos emaranhando-os; tudo é silêncio, o único ruído que escuto é o flap flap da bandeira do barco batendo constantemente sob o efeito do vento. Eu e Mártin decidimos ficar uns dias de férias, depois de cinco anos de exaustivo trabalho e por alguns dias, queríamos fugir da correria da cidade, dos engarrafamentos que enervam, dos telefones que não cessam de tocar, enfim, do frenesi diário de uma rotina estafante. Conosco trouxemos mantimentos suficientes para vinte dias, uma certa quantia em dinheiro para eventualiadades, além da agradável companhia do vizinho, sr. Peter, um antigo amigo, exímio conhecedor dos mares e contador de histórias antigas, referentes aos tempos em que fora comandante de bordo de um grande  transatlântico. Hoje é o segundo dia em alto mar e após o almoço, Mártin foi apreciar as belezas do fundo do mar e eu, após descansar, vim para cá, acabei adormecendo; ainda estou sonolenta, Mártin já deve ter voltado, passado por aqui e como sempre faz, também foi relaxar. Devagarinho, o sol se põe no horizonte, vou ficar um pouco mais até que seu Peter venha oferecer a refeição da noite. Não costumo dormir tanto porque as horas de trabalho não permitem. Tão rápido o tempo passa, acabei adormecendo aqui, mas por que não fui chamada para o jantar? Hum, vou descer, tomar um café e ver o que se passou. Mas que bagunça! Será que fomos assaltados? Vou já chamá-los: Mártin, sr. Peter, venham aqui, por favor! Ei,  por que o barco salva-vidas não está ancorado? Sinto que algo ruim houve por aqui, vou ligar o rádio e falar  imediatamente com a Guarda Costeira. Ah, meu Deus, quebraram o rádio. Mártin, onde você está? Melhor subir novamente, esse barco é muito grande. Que que é isso? Jesus! Vejo-me na proa toda ensanguentada! Não dormi, morri! E o que é aquilo boiando ao longe? Mártinnnnnnn ... Nãoooooo! Mártinnnn! Não me deixe sozinha, MÁRTINNN !!!!! Ó, Deus!!! MÁRTINNNNN!!! Que frio, sinto arrepios, estou ficando com medo, estão me tocando! MÁRTINNNNN...
- Calma, querida, não se assuste, sou eu, o seu Mártin. Estou te abraçando, vire-se, o canalha do Peter roubou o dinheiro e nos assassinou.
- Nãoooooo, isso é um pesadelo!
- Não é, olhe ao longe:
Ao longe um local paradisíaco estava a nossa espera, para sempre, por toda a eternidade. 

 

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