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sábado, 18 de maio de 2013

Educação e Preconceito


Escola onde trabalho: E.E.Sebastião Norões
"Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos." 
( Pitágoras de Samos - (580 a.C. - 497 a.C.)
Filósofo e matemático grego

Bom dia. Hoje vamos falar sobre os preconceitos. Sabemos que todo preconceito é fruto adquirido na convivência diária com o nosso primeiro grupo social: a família, depois recebemos influência da vizinhança e por aí vai. Enquanto somos crianças,  assimilamos conceitos e valores de todos que nos servem de exemplo e nem sempre esse exemplo é o melhor para nós.

Nesse sentido, a escola é de imensa importância na formação do pensamento das crianças e os educadores assumem papel fundamental na orientação dessas pequenas mentes que chegam até eles, ao ensinar sobre o aspecto da diversidade, da igualdade e do respeito ao próximo. Recordo do tempo em que trabalhei com crianças cuja faixa de idade era de seis a sete anos e eles adoravam colocar apelidos depreciativos uns nos outros, conforme a aparência física, tais como, "neguinha", "cabeça de feijão preto", "bola de sebo" "pastel" "cara de prato" "índio" e etc.

Não foi muito fácil eliminar isso da classe, até que um mês antes da comemoração da Independência do Brasil, a diretora solicitou que preparássemos uma apresentação em comemoração à data. Como eu trabalhava com o Projeto Artes Cênicas na Escola para crianças e adolescentes, aproveitei e criei uma peça teatral intitulada A Miscigenação do Povo Brasileiro. 

Assim na primeira semana, passei ensinando o conceito de "miscigenação" e de forma direta numa linguagem fácil, expliquei que em cada brasileirinho corria o sangue das três raças: branco, negro e índios.




Ao falar do resultado dessa mistura não faltou quem comentasse: "professora, fulano é cafuzo, sicrano é mameluco" e as outras crianças respondiam, criando um início de conflito. Lógico que tratei de acalmar os ânimos, interferindo, explicando sobre o respeito que devemos ter uns com os outros.

O gaiatinho que começou a gozação se calou, quando eu falei que ele deveria ir na frente da turma explicar toda aula que eu havia dado. Após essa semana de aula, começamos o ensaio da peça diariamente, difícil foi convencer o gaiatinho, rsrs, a dançar com a mulatinha.

Não posso citar o nome das crianças, vai que eles passem por aqui, rsrs. No dia da apresentação, o resultado foi um sucesso e os pares brincaram e dançaram, quando foi preciso: indiozinho com branquinha, branco com mulatinha e todos gostaram. Numa outra ocasião sobre a Páscoa, o anjo todo de branco da minha peça era um garotinho negro vindo para Manaus da Guiana Francesa.

Eu gosto de observar a reação do pessoal que assiste. A partir dessas experiências, os alunos pararam com a onda de apelidos e eu continuei com a mesma turminha por mais dois anos seguidos.  

Esse é o papel do educador e é nessa educação que acredito, ou seja, educação que muda comportamentos e que forma futuros cidadãos isentos de preconceitos para atuarem em qualquer setor da sociedade. Lindo sábado a todos vocês.

Um comentário:

  1. preciso da sua ajuda tem como me adicionar no facebook?
    https://www.facebook.com/igor.albani09
    preciso mt mesmo
    obrigado.

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