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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Um Amor ... um Deslize e uma Saudade !


Deitado numa velha rede, ela me sorria com afeto. Com sincero afeto, pois foi assim que ela me dedicou esta fotografia que agora revejo com tanta saudade. Lembro-me do dia em que fomos passear pela floresta e ela se encantou com uma flor de rara beleza. Sorrindo, perguntou-me se eu sabia o nome daquela flor. Respondi que não  mas que conhecia uma raridade em extinção e que por ser assim tão especial, era inesquecível. Naquele momento, eu estava sendo sincero e me referi a ela que, encabulada, enrubeceu. Com apenas aquela metáfora minha, ela baixou os olhos e mudou de assunto, mostrando-me vários passarinhos que voavam fazendo muito barulho. E agora, pensei comigo, o que direi? Não disse nada, continuamos andando e ela explicando o valor de se preservar toda aquela natureza tão bela, tão verde, tão maravilhosa. Subitamente, ao esbarrar num tronco, ela caiu e eu como homem educado que sou, esquivei-me para ajudá-la e a moça parecia desmaiada; peguei um pouco de água fria da pequena cachoeira e passei em seu rosto, numa tentativa de trazê-la ao normal pois ali naquele local onde passeávamos, não havia viv'alma. Ao chegar bem próximo dela, sem saber o que fazer, comecei a entrar em pânico, chamando-a pelo nome. Gritei tão forte que podia ouvir o eco de minhas próprias palavras. A moça não reagia, então, coloquei-a no meu colo e comecei a balbuciar baixinho em seu ouvido, dizendo: Lucy, acorde, por favor. Nesse instante, ela passou os braços sobre os meus ombros e me beijou docemente. Pegou-me assim, desprevinido e depois, fitou-me nos olhos e gargalhou dizendo: bobo, eu só queria te dar um susto! A partir daí, começou um romance de amor e que só teve fim porque pisei na bola com ela, saindo com outra; atualmente, ela está feliz e  casada, enquanto eu permaneço aqui, nesta cabana que havia construído para nós. Passo horas nos fins de tarde, lembrando o que fomos e o que poderíamos ser ... se eu não tivesse feito a burrada de deixar-me envolver por outra. Quantas coisas boas perdi ? O tempo não retrocede e hoje vivo de saudades, saudades de um tempo que não vai voltar nunca mais.



Scarlet Wind

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