Em Tabatinga, existem mais de 1.300 haitianos a espera de uma solução visto que depois do dia 13 de janeiro entrou em vigor a resolução do governo brasileiro de exigir visto para haitianos entrarem no país. Assim, quem estava em Tabatinga antes dessa lei, conseguiu seguir pra Manaus, quem chegou depois, não pode deixar Tabatinga.
Isso porque em todas as saídas (aeroporto, estrada e porto) a polícia exige o protocolo para a concessão do visto, que só é dado aos que chegaram antes dessa data. O problema é que os haitianos que estão em Tabatinga e os que estão chegando não têm como voltar a Porto Príncipe pois o governo federal não assume a deportação e os haitianos não possuem dinheiro pra arcar com as despesas da viagem de volta.
Dessa forma, a pequena cidade de Tabatinga, passa por grande dificuldade visto que sofre com o problema do desemprego de sua própria gente, aliada ao fato de ser considerada o "corredor" da droga por fazer fronteira com Colômbia e Peru.
Até o momento, não houve nenhum caso de haitiano preso por uso ou contrabando de drogas; os que chegam a Manaus, já vão a endereço certo. Procuram o pároco da igreja de São Geraldo, Valdecir Molinari, que só fica sabendo da chegada de novos grupos de imigrantes quando eles já estão na porta da igreja à procura de lugar para dormir.
Manaus é o sonho dos haitianos que se encontram em Tabatinga pois em Tabatinga não há condições de emprego; aqui em Manaus, os haitianos estão estudando, procurando aprender a Língua Portuguesa mas a frase preferida ainda é: "Preciso de emprego."
O emprego que dá dignidade a todo ser humano - é isso que eles querem visto que a maioria são pais cujas famílias estão em Porto Príncipe. Algumas empresas do Distrito Industrial da Zona Franca já estão admitindo funcionários haitianos, como o caso de Clovius Jean, 28 anos que trabalha numa fábrica de plástico. Esse emprego para Jean é considerado uma vitória.
Como ele, outros oitenta haitianos já estão trabalhando em fábricas do Distrito com direito a alimentação, alojamento, assistência médica e até transporte da fábrica para a residência visto que as fábricas do Distrito Industrial possuem frota própria para o transporte de funcionários.
De minha parte, fico feliz ao vê-los trabalhando e mais feliz ainda ao saber que não se envolveram em confusão ou em drogas, estando em terra estranha; aos poucos, nossos irmãos vão se sentindo em casa e indiretamente vão ajudando os familiares que ficaram em Porto Príncipe pois muitos enviam metade do salário que ganham para suas famílias.
Obs. As fotos pertencem ao Jornal A Crítica, de Manaus.
Scarlet Wind
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são bem vindos.Será um prazer ler a tua opinião.