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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Bondade ...


"Quando faço o bem, sinto-me bem, e quando faço o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião." (Abraham Lincoln)

A cada dia que passa as pessoas vão ficando cada vez mais descrentes e desconfiadas uma das outras. Isso se deve a multiplicação da iniquidade, da violência e dos golpes que estão se tornando rotina. Com isso,  muitos estão deixando de praticar a generosidade porque seus corações esfriaram diante de tantas armações de gente sem índole que vivem de trapacear os outros. Ontem, dormi a tarde toda e acordei perto das 18 horas e não pretendia mais sair haja vista que já havia saído pela manhã. No entanto, se foi a energia e eu fiquei em completa escuridão; esperei a volta da dita até dezenove horas e o calor era intenso. Resolvi sair de novo e fui para um bairro chamado Eldorado, lá há uma praça de alimentação com telões, músicas, restaurautes e vendedores de artesanato; pedi mariscos, camarões e um prato feito com caranguejos, tudo regado a coca zero. Vez em quando passava um vendedor. O primeiro ofereceu leques da China, bem, eu não costumo usar leques, embora fossem muito bonitos.Olhei alguns e disse que não queria. O peruano então sussurrou ao meu ouvido:"ajuda-me" e não entendi o resto da frase, mas o tom de voz era de quem implorava. O produto era muito barato; pensei comigo mesma: não custa nada ajudar esse homem. Comprei o produto e disse para as pessoas que me acompanhavam: "nem sei pra que vou usar isto." E todos riram.  A hora passava e perto das vinte e uma horas, chegou uma mulher franzina, com vestes simples mas que demonstravam muita dignidade. Disse que era de Itacoatiara, uma cidadezinha daqui e que veio a Manaus com a mãe doente mas não havia encontrado emprego. Como sabia fazer colares, confeccionou alguns para poder na volta garantir o jantar dela e da mãe. Olhou logo pra mim ... kkkkkkkkkkk ... e disse: que olhos lindos !!! seus olhos transmitem muita coisa boa. Agradeci e adoro bijouterias, não gosto de ouro, mas bijouterias confeccionadas a moda indígena é comigo mesmo. Por coincidência, eu usava um colar desses grandes feito pelos peruanos. O preço: vinte reais mas até por quinze fazia porque não tinha vendido nada. Olhei, coloquei no pescoço e fiquei com o colar; a mulher ficou uns dez minutos agradecendo. Deixei-o no pescoço e de repente, um dos amigos que me acompanhava, disse: "se você for na conversa dessa gente, vai voltar sem nada pra casa." Eu respondi: meu amigo, eu comprei o colar porque gostei e isso foi bom, pois além de gostar, acabei ajudando a mulher." Raramente eu saio de casa e gostei de ter saído. Nesse passeio, eu recusei outros produtos, apenas essas duas criaturas, imploraram. Na volta vim refletindo, o quanto as pessoas fecham a mão aos que estão necessitados. Rolava muita cerveja, só eu não bebia, entretanto, estava atenta a tudo o que acontecia. Não me importo se fui enganada ou se caí no choro dessas duas pessoas,  me senti bem, não gastei tanto com o que comprei e o mais importante para mim foi dormir com a minha consciência tranquila. Não julgo ninguém, sei que o desemprego está cruel. Quem nos julga, na minha opinião é Deus.





                                                         Scarlet Wind

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