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domingo, 31 de julho de 2011

Na selva .. vida dura! ( 2. Parte )

"A esperança vence a covardia, a alegria supera o sofrimento."
( Geraldo Nascimento )

Fiquei dois anos à espera da volta do primeiro amor. Depois, conheci, dia do meu aniversário, aquele que seria meu primeiro homem: militar, da área de comunicações, 28 anos, descendente de alemães. Eu o conheci, ao descer de uma Van que vinha fim de tarde da cachoeira do Tarumã. Desci com Gracy na avenida Castelo Branco ... Morava na rua gen. Glicério, quintal enorme com fundos pra esta avenida. Esta casa ainda existe, herança de meu pai. Então, nós descíamos da Van e um carro nos seguia lentamente com o motorista nos chamando insistentemente - era eleee - ah! se eu pudesse ver o futuro ... kkklkkklkkkk ... Falei a ele pra descer, jamais entraria em carro de estranhos. O homem alegou que estava em "trajes mínimos" e sem medo, fomos até ele que fez um convite inusitado: nos convidou pra conhecer a igreja que frenquentava, dizendo logo, diretamente, no seco, que nos pegaria, só precisava do endereço. Pensei que estava bêbado e brincando ... aqui é que mora o perigo ... as pessoas não sabem quando brinco e levam a sério ... disse que bastava fazer a curva e dei o número da casa. Mal tomei um banho, uma hora depois, ele apitava na porta. Minha mãe ficou uma fera, como era meu aniversário, ela pegou leve. Eu não acreditei no que vi e decidi ir conferir a igreja ... Depois disso, ele se propôs a me ensinar Matemática e minhas notas subiram muito. Tudo que sei dessa disciplina, devo a ele e ao terceiro amor. Se ia bem em matemática, Física se tornou fichinha. E das aulas constantes, começamos a namorar, eu queria mesmo era esquecer o passado e quando ele me disse que estava com transferência em mãos pra longe e que queria casar, num ato impensado, não raciocinei, e com autorização dos meus pais, lá se foi eu pra guerra ... kkkkkkkkkkk ... Valeu como experiência de vida, como sofrimento que molda o caráter. Aprendi muito com ele, chorei, vida difícil no meio da selva. Passamos de cara por uma enchente onde o quartel se deslocou pra 40 km da cidade de Porto Murtinho, lá onde o Judas perdeu as botas, fronteira Brasil - Paraguai. Aprendi muito sobre sobrevivência na selva, viver sem água potável, sem energia elétrica, a lidar com as cobras e com a morte de perto. Ele era tudo aquilo que eu detesto num homem: frieza, brutalidade, grosseria. Eu permanecia aprendiz da vida, sem perder a ternura. Saí da vida dele de calça jeans desbotada, tênis, camiseta e uma mochila nas costas. Destino: Rio - Recife - Suíça. Nova história recomeçaria ... nova dura experiência pela frente. E ele ? sofreu muito com a separação ... era tarde: dou chance a todos. E depois desisto. Comigo ele era um fanático religioso, agora é pastor, contudo, perdeu o fanatismo. Fico feliz por ele ter renascido para a realidade.

By: Scarlet & Wind 

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