Arquivo do blog

domingo, 31 de julho de 2011

Amores que Passam: amores que marcam ... ( Parte 1 )


O meu primeiro namoradinho não foi meu primeiro amor, entretanto, valeu por ser o primeiro; namoradinho de escola, na verdade, nem dá pra chamar de namorado devido ao pouco tempo que ficamos juntos. O segundo namorado, sim, foi meu primeiro amor. Para variar, carioca, 26 anos, engenheiro, arquiteto. Eu tinha quatorze anos; sempre gostei de pessoas com mais idade que eu porque acompanhavam meu raciocínio, dito muito elevado para a minha precoce idade. Nos conhecemos num domingo, num ponto de ônibus onde ele se achegou à fila, perguntando sobre um ônibus que fosse para a cachoeirinha. Cachoeirinha era o bairro onde eu morava, bem próximo do centro de Manaus. Nem dei bola, estava longe dali, como sempre,  introspectiva. Minha irmã, a Gracy, percebendo que o rapaz não era de Manaus, explicou que Cachoeirinha era um bairro. Ele então disse que queria conhecer a cachoeira do Tarumã que fica a quarenta e cinco minutos de ônibus, partindo do centro da cidade. A fila era ali onde nós estávamos. Ele entrou na fila e foi puxando conversa com as minhas duas irmãs: Gracy de dezenove anos e Natália de dez. Durante o trajeto, não troquei palavras, fiquei apenas ouvindo as brincadeiras que ele fazia com Naty. Rápido chegamos e o homem continuou nos acompanhando, se assentou junto de nós e eu não gostei. Resolvi que devíamos nos afastar dele e disse que ia atravessar a cachoeira, isso com a intenção de ver se ele desistia. Lá fomos nós, andando em cima das pedras submersas de águas transparentes e ele ? seguindo-me, vinha bem atrás de mim. Eu ? maquinando como nos livrar dele. Pra tanto orgulho, um escorregão e caí, deslizando numa enorme pedra. Ele não se fez de rogado, gritou "cuidado" e se jogou, me carregou e me levou no colo para outra margem. Morta de vergonha porque vergonha é a característica dos adolescente, não o encarei, ele suavemente, começou a tirar folhas que ficaram aderidas nos meus longos cabelos. Quando levantei os olhos, olha só que situação: o balneário repleto de gente, meus claros olhos se encontraram com os olhos negros dele, em contraste com uma pele branca e cabelos negros. Numa fração de segundos, o achei lindo... E pronto, ele me beijou e foi o primeiro beijo gostoso porque o primeiro namoradinho, não sabia beijar. Seu nome, nunca esqueci: José Cláudio Montalvão, morava no Flamengo e estava a Manaus a serviço. Namoramos um ano e meio com ele fazendo o trajeto Rio - Manaus, Manaus - Rio. Foram um dos melhores momentos da minha vida. Eu já escrevia poesia e o que ele levou de mim foram fotos e o meu diário, coisa de adolescente apaixonada. Na despedida disse que demoraria e voltaria e que eu o esperasse; eu sofri muito com essa partida porque ele não manteve comunicação comigo. Nosso namoro era muito romântico e apenas antes de viajar, foi mais ousado mas conseguiu se conter pois dizia querer casar com uma mulher virgem. Esperei por dois anos, como não deu mais notícias, influenciada por pessoas mais experientes, resolvi voltar à vida e fui justamente passear na cachoeira do Tarumã. Não fiquei muito tempo haja vista que, apesar de terem passados dois anos, a lembrança dele ali, era viva. Quem fica, parece que sofre mais do que quem parte visto que as lembranças atormentam por aonde quer que formos. Depois dessa visita ao Tarumã, passaram-se seis meses e saí de Manaus. Escreveram-me que ele voltou, chorei muito - mas há caminhos sem volta, perdi de uma vez a esperança de algum dia revê-lo. Ele passou e marcou, pessoas que marcam meu coração JAMAIS esqueço o nome. Esta é uma pequena homenagem que faço a ele e vou fazer aos outros quatro, contando a história de romance que vivi, uns fizeram bonito .... outros marcaram pela frieza e crueldade.

By: Scarlet & Wind

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são bem vindos.Será um prazer ler a tua opinião.

: onselectstart='return false'